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O FUTURO DO JORNAL IMPRESSO


Ele surgiu há mais de 2000 anos com a função de informar. Nenhum registro comprova qual foi, quando e onde surgiu o primeiro jornal impresso. Estudos apontam que tudo começou em Roma com o imperador, Júlio César, 59 anos A.C. No Brasil, com chegada da família real Portuguesa, em 1808, deu-se início as atividades da imprensa brasileira. Com o objetivo de investir na marca “Estadão” e em uma estratégia multiplataforma integrada, o “Jornal da Tarde”, produto do grupo Estado, um dos mais tradicionais do país, deixou de circular em 31 de outubro de 2012, após 46 anos de existência. Hoje, muitos cogitam a extinção desse meio de comunicação. Roberta Soares, formada em jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e repórter do Sistema Jornal do Commercio há 20 anos é nossa entrevistada e opina sobre o futuro do jornal impresso.

BLOG: O jornal impresso está em crise?


ROBERTA SOARES: Sim, estão em crise, buscando seu caminho. Aposto, e sempre vou apostar, como jornalista, no jornalismo de conteúdo, bem apurado e consequente.


BLOG: Houve mudanças no impresso com a chegada da internet? ROBERTA SOARES: Muitas. A principal que destacaria é a ampliação do perfil de análise, de detalhar a notícia, que o jornal impresso sempre possuiu. O jornal impresso precisou apostar mais nessa linha, deixando as notícias factuais para os sites e portais. Os repórteres do impresso são, por natureza e escolha profissional, mais profundos, precisam de mais informações, detalhes.


BLOG: A migração da publicidade para as páginas de Internet, ameaça o futuro do jornal impresso?

ROBERTA SOARES: Sim, embora a mídia online não tenha crescido como prometido nas primeiras projeções. Acho que o impacto é ainda maior em algumas áreas comerciais.


BLOG: O que diferencia o jornal impresso do online?

ROBERTA SOARES: O conteúdo, a profundidade e a análise. No jornal precisamos de detalhes, nuances. O impresso ainda dá mais credibilidade, sem dúvida. As pessoas acreditam mais quando leem no jornal impresso.


BLOG: O imediatismo no jornalismo online é sempre um ponto positivo?

ROBERTA SOARES: Não, nunca é, na minha opinião. Acredito que já estamos e vamos cada vez mais entrar na fase do jornalismo online rápido, mas com conteúdo extenso, bem apurado, seguro e consequente. A era em que faremos um jornal impresso por minuto, ou seja, a notícia chegará rápida, mas bem apurada. Eu por exemplo, como leitora, prefiro esperar meia hora por uma notícia a tê-la disponível com rapidez e pela metade, sem informações básicas, com aquelas frases que às vezes acompanham posts de duas ou três linhas: "mais informações em instantes". Odeio. Quero agilidade, mas com conteúdo. Não importa mais onde você leu primeiro, mas o quê e onde você leu. Acredito nisso.


BLOG: Na sua opinião, o jornal impresso será extinto?

ROBERTA SOARES: Na minha opinião, não. Ainda acho que não (após 20 anos de redação). Acho que ele ficará cada vez mais analítico e profundo. Será para quem de fato gosta da análise, da profundidade, do olhar diferenciado. E não se contenta com o imediatismo. Os jornais impressos têm feito muito material bom multimídia. Eu, por exemplo, já fiz vários conteúdos de internet (especial multimídias) e acredito que nós levamos vantagem exatamente pela bagagem e exigência de informação do impresso. Transformamos isso em vídeos e em outros conteúdos multimídias.


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